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Foto: Renan Mattos (Diário)
Escola está sem receber alunos desde março de 2020 por conta da pandemia
O que seria um dia de muito barulho e comemoração, será marcado pelo silêncio das salas vazias. Nesta quarta-feira, a Escola Municipal de Ensino Infantil Sinos de Belém completa 25 anos de uma história que se confunde com a ocupação da área onde hoje é o Bairro Nova Santa Marta - a maior ocupação da América Latina. Sem aulas presenciais desde março de 2020, com o início da pandemia, a escolinha segue atendendo os cerca de 310 alunos de dois a cinco anos e 11 meses das proximidades de forma remota.
Para celebrar o aniversário, uma carreta é planejada para o dia 1º de maio com a participação de pais e alunos. Um concurso de maquetes da escola também é preparado pelas redes sociais. A maquete atual, inclusive, é bem diferente da que seria feita há 20 anos. No início, o espaço atendia apenas 49 crianças. Com readequações - a principal em 2004, com a anexação de uma antiga padaria na lateral da escola - a capacidade aumentou até chegar a atual, que ainda não é suficiente para atender a demanda do bairro. A EMEI Sinos de Belém é a única escola municipal de educação infantil da Nova Santa Marta, o que gera lista de espera nas matrículas anualmente. Marcolina Ilha Machado, de 64 anos, é uma das primeiras moradoras da ocupação e acompanhou o desenvolvimento da escola. O filho Vinicius estudou ali nos anos 2000 e, atualmente, é a neta Vivian, de quatro anos, que desfruta do espaço.
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- A escola foi muito pedida pela comunidade. Foi um trajeto longo, difícil, mas conseguimos a escola. Sem ela teria sido muito difícil. A escola foi muito importante, meu filho ficava ali quando eu saía para trabalhar, com tranquilidade - diz Marcolina, que trabalhava como diarista.
Quem também viu a escola crescer foi Roselaine Santos da Silva, de 51 anos, vice-diretora. Há 21 anos trabalhando no local, ela não esconde a emoção ao falar sobre os momentos vividos por ali.
- O que fez a base dessa escola foi o amor e a vontade - resume.
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Foto: Renan Mattos (Diário)
A vice-diretora Roselaine, que trabalha no local há 21 anos, se emociona ao ver o álbum de fotografias
A criação da escola partiu de uma iniciativa da comunidade. Em uma noite dezembro, foi deliberado durante um culto ecumênico que o salão, até então pertencente a uma comunidade católica, seria destinado para a prefeitura para a implantação da escola. O clamor popular foi comparado aos badalos de um sino e, pela proximidade com o Natal, foi pensada na referência a Belém, cidade onde nasceu Jesus Cristo. Por isso, o nome escolhido foi Sinos de Belém.
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- Agora, a gente sente falta do barulho dos estudantes. Uma escola só é escola com alunos dentro, com movimento, com vida. Esse espaço tem uma representatividade muito grande na comunidade. É um local onde a gente acolhe as famílias - relata a diretora Bárbara de Almeida Bassotto, de 54 anos.
Atualmente, a escola conta com 10 salas de aula, além de sala de professores, dispensas, cozinha, refeitórios e áreas para lazer dos estudantes. São 20 funcionários e nove estagiários.